terça-feira, 21 de abril de 2009

SENADOR MAGNO MALTA COLOCA O DEDO DE DEUS NA TOMADA!



---Noite inesquecível, no dia 20/04, no Hotel Alpina. Todas as autoridades presentes ou representadas, toda a imprensa local, todo o empresariado, todas as entidades que lidam com a questão infanto-juvenil. Estudantes, igrejas, fiéis, ateus, populares. A Assistente Social Tânia Luna compôs a mesa em nome da VIJI-Teresópolis, por estar adoentada, a Drª Inês Joaquina.


---Tirando alguns compreensíveis (e irrelevantes) deslizes de organização, Teresópolis viveu um dia histórico. Certamente, muita coisa se contará a partir de agora, “antes e depois do Magno”.


---O experiente e carismático capixaba desfiou sua comovente história pessoal, de homem humilde, de fala simples, que, antes de ser político, já se engajara na luta pela recuperação de dependentes químicos - “meus drogados”, como ele diz. Trata-se de luta de alma efetiva, não discursiva, comprometendo sua própria casa e família como centro e suporte de recuperação de infelizes. Isso fornece àquele orador uma autoridade que é concedida a poucos.


---Desta estiva foi a Vereador, Deputado Estadual, depois Senador da República. Lá em Brasília destacou-se na Presidência corajosa da CPI do Narcotráfico. Já nas franjas do relatório final, detectando a exploração do sexo infanto-juvenil por traficantes, saltou a seus olhos a questão da pedofilia. Desumanidade abjeta e bestial, que movimenta 150 milhões de dólares/ano, o dobro do narcotráfico!


---De denúncia em denúncia recebida, o sr. Malta foi acumulando indignação e requerimentos no Senado e, contra todas as expectativas e desejos de alguns de seus pares, obteve a criação da CPI da Pedofilia.


---O Senador falou por quase três horas. Mas ninguém desgrudou os olhos da sua estampa serena, ou os ouvidos, da sua fala pungente. Magno Malta chorou por três vezes, narrando as atrocidades cuja apuração presidira. Pranto sincero, de quem não está na luta apenas para ganhar voto, e que, por isso mesmo, comoveu a todos os presentes que, juntos, choraram também.


---Ficou evidente que não podemos nos descuidar. Que os tempos são outros. Que a Internet é terra de ninguém a ser disciplinada e regulamentada na lei, nas cidades e, acima de tudo, nos lares. Que pais e mães precisam acordar, enquanto é tempo. As narrativas de crianças manipuladas em seus melhores sentimentos, violentadas em sua inocência, para que sua libido lhes chegue mais cedo (aos 07! Aos 05!) , em corpos e mentes ainda despreparados, escravizando-as para sempre, são odiosas, embrulham o estômago.


---As fotos exibidas ao final da sua fala (com os cuidados de se retirar os menores do plenário), eram terríveis, chocantes demais (bebês violentados!) mas talvez necessárias para estapear as faces daqueles que ainda dormem o sono dos ingênuos.


---O Senador foi ovacionado ao final, no coroamento dos aplausos, muitos, que recebeu durante toda a sua fala, quase como vírgulas do discurso. Falou de diversos projetos, das alterações já obtidas no ECA, realçou a importância do Conselho Tutelar, mencionou como a atuação da CPI que preside forçou o Google a baixar sua crista, como estão se criando parâmetros para a negociação mundial da questão, via ONU, onde tem sido chamado para debater os temas.


---Os projetos que sugere são, evidentemente, polêmicos, provocarão muito debate e discussões de constitucionalidade. Por exemplo: sugere que a pena para crime de abuso sexual (de qualquer ordem, havendo ou não conjunção ou contato físico) contra pessoas entre zero e 14 anos, vá a 30 anos, em regime fechado; pretende a aplicação do monitoramento eletrônico e a criação, a exemplo do que ocorre nos EUA, do cadastro de pedófilos, com seus endereços, para divulgação pública; prevê a não concessão de visto a qualquer estrangeiro que pretenda vir ao Brasil em caso de estar condenado ou mesmo respondendo a processo relacionado a crimes de exploração ou abuso sexual infantojuvenil.


---O Prefeito Jorge Mário, ao final, fez um pequeno discurso, de que destacamos, com todos os vivas que a ocasião merece, o ‘mea culpa’ de não se ter dedicado como deveria ao aparelhamento do Conselho Tutelar e fazendo ali a promessa pública de que, já na semana que vem o Conselho terá seu carro próprio e exclusivo (viva!!!). Promessa que será, certamente cobrada não só pelo CMDCA e pelos Conselheiros Tutelares, mas pela Vara da Infância, que tanto vê o Conselho padecer com sua mendicância de veículo para realização de tarefas tão essenciais.


---Sabemos que muitas pessoas devem ter demorado a dormir naquela noite, refletindo, chocadas, mexidas, reflexivas. Nós, da Vara da Infância, sempre achamos que era necessário meter o dedo de Teresópolis, o Dedo de Deus, na tomada, para começarmos uma pequena revolução de conscientização - por isso nossa proposta, tantas vezes reiterada, de três dias de encontros motivacionais com famílias, alunos e professores das escolas da cidade, no Pedrão.


---Que o choque produza energia verdadeira em todos nós!


---Contra a Pedofilia, cá estamos nós. E a favor da proteção integral, sempre estivemos. Mas que reflitamos todos, que a questão não é apenas o combate ao pedófilo. Urgente mudar certos consentimentos implícitos que geram sexualidade precoce, estímulos sexuais gratuitos por toda parte, descaso de genitores... Necessário que mudemos de posturas como empresários, governo, serventuários, conselheiros, igrejas, escolas, escolas, escolas, famílias, famílias, famílias!!! Indispensável que abandonemos ingenuidades e vejamos as conseqüências da nossa permissividade e falta de responsabilidade na doação de limites a nossos filhos e à sociedade como um todo. Imprescindível que deixemos de ciumeiras, disputas rasteiras e divisionismos.


---Ao cidadão comum e às famílias, a obrigação da vigilância, da denúncia (Disque 100, que é o número do programa específico da Secretaria de Direitos Humanos, ou ligue para o Conselho Tutelar em Teresópolis: ... ou para a VIJI-Teresópolis:...)


---À luta, Teresópolis! Parabéns. Senador! Parabéns, ACIAT, pela iniciativa do apoio ao evento! Parabéns à equipe organizadora! Que venham os bons frutos.